‘’Tradwife'': Ser Dona de Casa Virou Moda

A internet está passando por uma nova onda de tendências conservadoras e, entre elas, está o retorno das Tradwives. O termo se refere a mulheres que escolhem adotar um estilo de vida baseado no modelo da dona de casa tradicional, inspirado nas décadas de 1950 e 1960.
Vestidos rodados, pães caseiros e uma rotina dedicada ao lar e à família, influenciadoras como Hannah Neeleman, Aria Lewis, Nara Smith e a brasileira Luiza Maciel estão popularizando esse movimento nas redes sociais. Mas da onde será que essa tendência vem? Seria uma representação do resgate da feminilidade ou uma romantização de papéis sociais? Entenda o movimento que está impactando a todos.
Quem são as tradwifes?
Tradwife é um termo americano que mistura as palavras ‘’Tradicional’’ e ‘’Wife’’ (Esposa tradicional, no português). O termo foi popularizado por caracterizar mulheres, especialmente casadas, que decidem seguir um ritmo de vida mais conservador, comumente atrelado a valores religiosos, e abandonam suas carreiras para se dedicar exclusivamente ao lar e a seus filhos.
É importante lembrar que, mesmo adotando costumes conservadores, atualmente as tradwives (termo no plural) também podem ter uma visão ampla de visões políticas, partindo desde um comportamento mais moderado até pensamentos mais extremos.
A tendência tem se tornado cada vez mais popularizada nas redes sociais, principalmente no tiktok, e reforça os seguintes valores:
Ter muitos filhos;
Mulheres submissas ao propósito da família;
Assumir funções domésticas no casamento, como cuidar sozinhas da casa, marido e filhos, assim sendo sustentada pelo esposo;
Nos últimos meses, criadoras de conteúdo como as americanas Hannah Neeleman, Ekaterina Andersen, Nara Smith e a brasileira Luiza Maciel dividem opiniões nas redes sociais ao compartilhar seu estilo de vida. Conheça as influencers:

Luiza Maciel (@luiizamaciiell): Luiza é uma criadora de conteúdo brasileira que compartilha vídeos no Instagram e Tiktok sobre sua rotina como mãe e esposa, além de promover dicas de maternidade e feminilidade. ‘’Eu me dedico 100% ao lar: cozinho, cuido da casa, do meu filho e das coisas do meu marido’’, afirma Luiza em uma entrevista ao G1.
Hannah Neeleman (@ballerinafarm): Talvez esta seja a tradwife mais famosa do Tiktok. A influencer, também conhecida como ‘’Ballerina Farm’’, compartilha sua rotina como mãe de 8 crianças e dona de casa. Nas redes, ela ficou famosa após polêmicas envolvendo especulações sobre a saúde de seu relacionamento. A criadora de conteúdo divide opiniões por cuidar da casa e dos filhos sozinha, abandonando sua paixão pelo ballet para se dedicar exclusivamente ao lar.
Nara Smith (@naraaziza): Nara é um exemplo mais moderado da tendência das tradwives. Isso porque a influencer já era famosa na era do Tumblr (rede social popular nos anos de 2015 e 2016) por ser modelo. Hoje em dia, Nara ainda faz trabalhos na área da moda, mas tornou-se ainda mais popular no Tiktok por compartilhar receitas e conteúdos sobre maternidade.
Ekaterina Andersen (@ekaterinaandersen): Ekaterina, por outro lado, é um exemplo um pouco mais extremo da tendência. A influencer é famosa por compartilhar não só a rotina como tradwife, mas também os valores tradicionais e ortodoxos da religião católica.
Internautas apontam que a trend pode ser perigosa
A tendência das tradwives tem alguns desdobramentos, como a popularização da trophy wife (esposa troféu) e até mesmo a popularização dos conteúdos sobre hiper feminilidade. E todas essas trends têm dividido as opiniões de internautas e especialistas. Durante anos, os movimentos feministas lutaram pela equidade de gênero e por direitos como trabalho, salários equilibrados e educação. Por isso, muitos apontam que as tendências conservadoras de esposas tradicionais têm sido responsáveis por um certo tipo de retrocesso, não só nesses direitos, mas na batalha contra os estigmas sociais relacionados aos papeis de gênero.
A justiça brasileira tem avançado no debate sobre o reconhecimento do trabalho doméstico, também conhecido como ‘’trabalho invisível’’. Embora essa pauta não seja tão popular entre as tradwives, a lei nacional aponta que mulheres que não se inseriram ou se afastaram do mercado de trabalho para se dedicar exclusivamente ao lar podem ter direito ao pagamento de até cinco anos de pensão em casos de divórcio, mesmo em uma união que não gerou filhos. Importante destacar que a decisão judicial depende de caso para caso.
Claro que as mulheres devem ter o poder de decisão sobre os valores que serão seguidos dentro de um relacionamento. Mas é importante ter consciência das possíveis consequências: Uma mulher que passa anos afastada do mercado de trabalho pode enfrentar dificuldades para conseguir um emprego. Isso, somado aos casos de, violência, divórcio, doenças ou até mesmo falecimento do marido, podem deixar uma mulher desempregada totalmente desamparada.
O fenômeno tem levantado discussões importantes sobre autonomia feminina, liberdade de escolha, influência cultural e desdobramentos sociais. Enquanto algumas mulheres encontram total satisfação neste estilo de vidas, outras alertam para os riscos de romantizar um modelo conservador e ultrapassado. No fim das contas, a questão central é garantir que as mulheres tenham independência para decidir seguir ou não a trend das tradwives,
mantendo seu acesso a segurança e oportunidades e fazendo o que se sentem mais a vontade.
No fim, o que importa é sermos felizes e nos sentirmos bem, sendo tradwife, esposa troféu ou mesmo sugar baby. Aqui no MeMima você pode encontrar um par para ser feliz como sugar baby, casar e virar esposa troféu ou o que mais que lhe fazer bem.
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Por Lana Love em 17/03/2025
Especialista em relacionamentos